terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Tucanos ligados a Aécio aplaudem Serra por SP

Tucanos ligados a Aécio aplaudem Serra por  SP

Aliados creem que movimento fortalece candidatura presidencial do senador mineiro

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Na foto de março de 2010, os governadores José Serra de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais participam de Sessão Solene Comemorativa do Centenário de Nascimento do Presidente Tancredo Neves no Senado Federal. Foto: Gustavo Miranda / Arquivo O Globo
Na foto de março de 2010, os governadores José Serra de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais participam de Sessão Solene Comemorativa do Centenário de Nascimento do Presidente Tancredo Neves no Senado Federal.Gustavo Miranda / Arquivo O Globo
BELO HORIZONTE - Tucanos ligados ao senador Aécio Neves comemoraram a decisão de José Serra de se candidatar à prefeitura de São Paulo em outubro. Para os holofotes, os tucanos mineiros enaltecem o fortalecimento do partido em seu reduto mais tradicional, a resposta ao risco de avanço do PT em praça estratégica e o alinhamento de forças políticas em torno do projeto do PSDB.
No entanto, nos bastidores, a decisão é interpretada como um importante passo para a candidatura de Aécio à presidência em 2014 - ainda que não definitivo.
Apesar de Serra ter negado veementemente a participação na briga pela prefeitura nos últimos meses, os mineiros consideravam inevitável a candidatura e tratavam a demora em anunciar a decisão como mais um capítulo de um enredo já conhecido, que acompanha o paulista em todas suas candidaturas: decisão, apenas em cima da hora. O risco de ser considerado culpado em função de uma eventual derrota tucana para Fernando Haddad (PT) em São Paulo e de se indispor ainda mais com o partido internamente - para muitos, a situação já era delicada - eram citados como fatores que tornavam a candidatura inevitável.
- A decisão dele é muito importante para o futuro do PSDB - resume o deputado federal e presidente do diretório regional do PSDB, Marcus Pestana, para quem o impacto da decisão sobre o PSD de Gilberto Kassab é um dos pontos mais importantes do ponto de vista estratégico.
Pestana acredita que deixar Kassab apoiar o candidato do PT nas eleições seria o mesmo que entregar o PSD de bandeja para os adversários, e de forma definitiva. O tucano evita associar a decisão de Serra ao jogo de 2014, minimizando o impacto na eventual candidatura Aécio.
- O cenário já apontava para a escolha de Aécio em 2014 em função da necessidade de renovação da imagem da oposição no país e da perspectiva de atração de novos aliados - argumenta o dirigente estadual.
Mas, nos bastidores os mineiros comemoram a escolha, ainda que não a considerem um aceno de apoio ao mineiro em 2014. Para os que apostam na vitória de Aécio dentro do partido, uma eventual vitória de Serra serviria para que ele exercitasse sua capacidade de inovar e de se mostrar como gestor. Por se tratar de um projeto de cinco anos (um ano de candidatura mais quatro de exercício do cargo, em caso de vitória), não seria nada capaz de ameaçar os planos de Aécio para 2014.
Oposição comemora candidatura de Serra
Os líderes de oposição ao governo Dilma Rousseff comemoraram o fato de ter, com Serra, um candidato com chance real de vencer a briga e evitar o que chamam de tentativa de hegemonização petista no cenário político.
- A decisão de Serra nacionaliza a eleição de São Paulo, polariza a eleição entre governo e oposição. A tradição paulista sempre leva à vitória um candidato com as características de Serra. O DEM apoia a candidatura de oposição, mas temos um pré-candidato. No momento oportuno, DEM e PSDB conversarão e irão avaliar a melhor estratégia para a candidatura de oposição - afirmou o presidente nacional do DEM, José Agripino Maia (RN), deixando claro que o partido ainda não decidiu se encampa uma aliança com o PSDB já no primeiro turno.
Indagado sobre o fato de a candidatura de Serra ser apoiada pelo prefeito Gilberto Kassab, ex-DEM e hoje presidente do PSD, ele disse que isso não é um impeditivo para uma aliança do DEM:
- Qualquer reforço à candidatura de oposição é bem-vindo. Nosso objetivo é somar forças contra a candidatura do governo e no embate contra o PT.
Líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO) também vibrou com a decisão de Serra.
- Serra tem história e trabalho a ser mostrado. É o candidato ideal e tem tudo para vencer a eleição. A oposição passa a ter um candidato favorito.
Demóstenes também não descartou uma aliança com o PSD. Pragmático, ele afirmou que a briga com o partido se dá no campo judicial, pelo fundo partidário e tempo de TV, e que a briga ideológica é com o PT.
O ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) admitiu que a entrada de Serra altera o cenário nacional. Para Chinaglia, houve um movimento claro do PSDB diante da sinalização de que Kassab poderia apoiar Haddad:
- Mesmo com as divisões internas no PSDB, os que não gostam do Serra não terão coragem de se colocar contra. A entrada de Serra na disputa tende a elevar o nível do debate na disputa paulista, que foi nacionalizada. A eleição em SP terá o peso da máquina a favor de Serra, é bobagem negar. Haddad terá a força do Lula, do PT, que é grande em São Paulo, e, em terceiro lugar, das alianças que forem feitas.


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