Preço dos imóveis no Rio entra em f
De 2001 a 2010, preços subiram até 700%, segundo levantamento.
Mesmo com estabilização, preços não devem descer de patamar.
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Após uma década subindo – em alguns casos até 700% – os preços dos imóveis no Rio de Janeiro estão parando de crescer, segundo o Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-RJ). De acordo com o levantamento “Panorama do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro”, que mostra os resultados do setor no ano passado, em comparação com 2010, o ano de 2011 foi marcado pela estabilização dos preços, porém, com uma tendência de crescimento.
Segundo o estudo, após uma valorização imobiliária sem precedentes no Rio, de 2001 a 2010, quando os preços de imóveis residenciais e comerciais chegaram a subir 400% e 700%, respectivamente, o ano de 2011 foi marcado pela estabilização dos preços, porém, com uma tendência de crescimento.
Para a vice-presidente financeira do Secovi-RJ, Maria Teresa Mendonça Dias, coordenadora do levantamento, “os preços tendem a se estabilizar, mas não vão descer de patamar”. Ela explica que a forte alta da última década (quando os preços de imóveis residenciais e comerciais chegaram a subir 400% e 700%) se deveu à inércia do setor nos anos anteriores. “O mercado imobiliário ficou parado cerca de 20 ano anos até a retomada do crescimento”, ressalta ela.
O estudo destaca que os projetos de segurança, com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas da capital, e de infraestrutura, com obras e investimentos nos setores de transporte e saneamento, por exemplo, que preparam a cidade do Rio para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, tiveram papel fundamental para a expansão do setor imobiliário.
Valores de venda e locação crescem menosDe acordo com o levantamento, de janeiro a dezembro de 2010, o valor médio do metro quadrado dos imóveis para venda subiu 42,1%, em relação a 2009. Já no mesmo período de 2011, esse valor cresceu 15,8% na comparação com 2010, menos da metade da alta registrada anteriormente.
Com relação aos imóveis para aluguel, o valor médio do metro quadrado para locação cresceu 29,1% em 2010, na comparação com o ano anterior. Essa valorização desacelerou em 2011, ficando em 16,1%, quase a metade do registrado em 2010.
Apesar da freada nos preços, a coordenadora da pesquisa não acredita que vai haver uma retração dos valores dos imóveis, nem mesmo após o fim das Olimpíadas 2016. “Eu acho difícil. A forte valorização ocorreu porque ficamos muito tempo adormecidos. Afora, os preços foram trazidos para os valores reais”, afirmou Maria Teresa.
Prefeito diz que valorização ‘é coisa de louco’O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que esteve presente ao lançamento do estudo, em um restaurante na Zona Sul da cidade, comentou que a valorização dos preços dos imóveis na capital foi uma “coisa de louco”. Ele avaliou que a prefeitura tem “responsabilidade nessa supervalorização de algumas áreas”, já que há “mais de R$ 20 bilhões de reais em obras de infraestrutura na cidade”.
“Não sei se vocês (do Secovi) vão dizer que vai continuar valorizando tanto. A gente espera que essa coisa diminua, que o mercado se acalme um pouco. Não é admissível. É coisa de louco”, afirmou Paes.
“Não é loucura: é realidade”, ressaltou Maria Teresa, coordenadora da pesquisa, ao comentar a fala do prefeito. “Estávamos parados há muitos anos. Muitos desses preços ainda vão atingir seu valor máximo, apesar de, a grande maioria, agora, já estar estabilizado”, complementou.
Imóveis no interior do estado chegam ao preço da capitalDe acordo com Maria Teresa, a pesquisa mostrou que, em algumas cidades do interior do estado, os imóveis também se valorizaram. Os preços subiram principalmente em cidades do litoral norte, por causa da indústria do petróleo, e do Sul Fluminense, por conta das indústrias, principalmente do setor automobilístico, que se instalaram na região.
“Cabo Frio teve uma supervalorização. Um imóvel de sala e quarto na cidade está o mesmo preço de um similar em um bairro como laranjeiras, na Zona Sul do Rio”, destacou Maria Teresa. “Macaé, Rio das Ostras e Resende também tiveram alta nos preços”, concluiu.
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