Zélia Cardoso de Mello
Zélia Cardoso | |
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Zélia Cardoso de Mello, nas comemorações dos 200 anos do Ministério da Fazenda, em 2008 | |
Ministra da Fazenda do Brasil | |
Mandato | 15 de março de 1990 10 de maio de 1991 |
Antecessor(a) | Maílson Ferreira da Nóbrega |
Sucessor(a) | Marcílio Marques Moreira |
Vida | |
Nascimento | 20 de setembro de 1953 (58 anos) São Paulo,SP |
Partido | sem partido |
Profissão | economista |
Zélia foi a primeira e única mulher a ocupar o cargo de ministra da Fazenda, empossada em 15 de março de 1990 na posse de Fernando Collor na Presidência e deixou o ministério em 10 de maio de 1991. Zélia foi a mentora intelectual do Plano Collor, adotado pelo então presidente Collor; foram nomeados por Zélia os economistas Antônio Kandir e Ibrahim Eris. Segundo a revista Isto é Dinheiro, foi a mulher que mais acumulou poder em toda história republicana.[1]
Com Zélia Cardoso de Mello, o Brasil conheceu uma época de mudanças, marcando "uma revolução" [2] em vários níveis da administração pública e na macroeconomia: privatização, abrindo-se pela primeira vez às importações, modernização industrial e tecnológica, redução da dívida do setor público, controle da hiperinflação e uma explosão na demanda.[3][4] O Plano Collor foi seguido pelos governos sucessores como por exemplo na esfera das privatizações; durante o Governo FHC: o valor de mercado da Vale do Rio Doce, era de R$ 8 bilhões em 1996 e, uma década depois, vale mais de R$ 160 bilhões. A Embraer nem surgia entre as empresas com maior valor de mercado e, hoje, é avaliada em R$ 17 bilhões e a terceira maior fabricante de jatos do mundo.[5].
Índice[esconder] |
[editar] O confisco
O plano de estabilização conduzido pela equipe da Ministra Zélia "pela primeira vez na história mundial confiscou todos os ativos financeiros de um país da noite para o dia";[6] o "confisco da caderneta de poupança", como ficou conhecido, lhe granjeou enorme antipatia. Mas segundo o acadêmico Carlos Eduardo Carvalho, Professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a medida política que ficou conhecida como confisco, não fazia parte, originalmente, do Plano Collor e tem origens num consenso entre os candidatos à presidência da época: Collor, Ulysses Guimarães e Lula da Silva..[7] Quando ficou claro o esvaziamento da campanha de Ulysses, a proposta foi levada para a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva, do PT, obteve grande apoio por parte de sua assessoria econômica e chegou à equipe de Zélia depois do segundo turno, realizado em 17 de dezembro.[7][editar] Passagens pelos setores privado e público
Em 1976/77 foi economista na Companhia Estadual de Casas Populares (CECAP) (São Paulo). Foi analista senior do Banco Auxiliar de São Paulo (1977/78) e consultora da empresa Dummont Assessoria e Planejamento SC Ltda, (São Paulo, 1978). Em 1981/82 atuou como economista junto à Embaixada do Brasil em Londres. Integrou o Conselho Fiscal da Companhia Energética Paulista (CESP) (1983/1987) e assumiu a Diretoria Financeira administrativa da Companhia de Desenvolvimento Habitacional de São Paulo (1984/1986), ambos os cargos no governo Franco Montoro.[8][editar] Realizações da ministra Zélia
As medidas que marcaram os 14 meses da ministra no poder [9]- Confisco
- Em março de 1990, determinou que saldos em contas acima de 50 mil cruzados novos fossem bloqueados por 18 meses
- Abertura
- Reduziu alíquotas de importação, atraindo produtos estrangeiros para o mercado nacional, o que acirrou a competição
- Inflação
- Acabou com a hiperinflação de cerca de 80% ao mês, mas houve recessão, aumento do desemprego e redução da renda per capita
- No Governo Collor, o Banco do Brasil registrou recordes positivos de superávits.[10]
- Governo Collor
- 1990 SUPERÁVIT 293.100 milhões
- 1991 SUPERÁVIT 252.000 milhões
- 1992 SUPERÁVIT 446.800 milhões
Atualmente vive em Nova Iorque com os dois filhos que teve do casamento com o ator e humorista Chico Anysio e trabalha prestando assessoria.
Em 2006 Zélia foi absolvida pelo Supremo Tribunal Federal das acusações no Governo Collor.
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